Justiça pronuncia ex namorado acusado de matar índia yanomami

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A juíza de direito Sissi Marlene Dietrich Schwantes, substituta da 1ª Vara Criminal, pronunciou a Júri Popular o jovem Paulo José Soares da Silva, 20, apelidado de Doido, réu confesso do assassinato da índia yanomami Wamaisse Magalhães Tavares, 20, que aconteceu em junho do ano passado. A decisão da magistrada se deu no último dia 19 e foi publicada no Diário do Poder Judiciário esta semana.

De acordo com a pronúncia, o réu será julgado por crime de homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, meio cruel e mediante dissimulação ou outro recurso que dificultou a defesa da vítima, todos do Código Penal Brasileiro, que prevê de 12 a 30 anos de prisão. No mesmo expediente, a magistrada manteve a prisão cautelar do acusado, pela garantia da ordem pública e necessidade de se assegurar a aplicação da lei penal, até que o julgamento se realize, cuja data ainda está por ser definida.

CASO – A estudante Waimasse Tavares foi morta a facadas dentro de casa, no bairro Calungá, onde morava com o pai, na manhã do dia 24 de junho do ano passado. Paulo fugiu no primeiro momento e ficou desaparecido por quase uma semana. No sétimo dia ele se apresentou espontaneamente à polícia. Doido foi interrogado pelo delegado Juraci Rocha, da Delegacia Geral de Homicídio, e confessou o assassinato da ex-namorada.

Naquela ocasião, Doido disse ao delegado que havia namorado a vítima pelo menos cinco anos e contou que na noite anterior ao assassinato a viu com outro rapaz, apelidado de Pirulito, no arraial que acontecia no Parque Anauá. Ele foi para sua casa, que fica na mesma rua da casa da ex-namorada. Alegou que pela manhã Waimasse Tavares foi procurá-lo e o chamou para ir a casa dela, o que foi aceito prontamente.

Disse que foi para o quarto da vítima, onde chegou a cochilar por algum momento e depois, ao acordar, pediu um copo d’água para ela. Doido contou ainda que quando a ex-namorada foi para a cozinha pegar a água, ele foi atrás e nesse momento, segundo afirmou, Waimasse teria lhe dito que Pirulito, com quem ele a viu na noite anterior, estava embaixo da cama dela. Ocasião em que disse ter ficado fora de controle e agrediu a ex-namorada.

“Ele afirmou que deu uma gravata na moça e depois que ela caiu desmaiada, pegou uma faca em cima da pia e aplicou três golpes na vítima. Um deles, no pescoço”, destacou o delegado, ao citar trecho da confissão do homicida. Juraci Rocha enfatizou ainda que, de acordo com a narrativa do ex-namorado, Waimasse não teve nenhuma reação. O rapaz frisou que depois do crime, ficou apavorado e usou uma chave de fenda para abrir a porta e ainda usou a bicicleta da vítima para fugir.

Depois de sair da casa da ex-namorada, Doido seguiu para a beira do rio Branco e ficou andando na mata por algum tempo. Por fim, saiu e foi para a casa de um familiar, onde ficou escondido até decidir se apresentar à polícia. Ele foi liberado depois do interrogatório e um mês depois acabou preso preventivamente por ordem da Justiça, que atendeu a um pedido do delegado, e desde então se encontra na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.

Notícia retirada do Portal Folha de Boa Vista

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